Que vontade de estar contigo a sós
Debaixo de macios e suaves lençóis
Nada além de nossos corpos, de nós
Trocando calores neste frio atroz.
Lá fora, a chuva batendo na janela
Um sino solitário ecoando na capela.
O teu vestido pendurado pela fivela
A tua pele inacreditavelmente bela.
A tua boca, fonte infinita de desejos
Entreaberta aguardando novos beijos
As tuas pernas me envolvendo e puxando
O meu corpo ao teu suavemente se encaixando.
Meias palavras, sussurros, lascivos gemidos
Sentidos exaltados, absolutamente enlouquecidos
Entramos no labirinto do prazer sem qualquer receio
Seduzidos pela paixão carnal sem nenhum freio.
As tuas mãos agarrando e arranhando as minhas costas
Magia e sedução unas, deliciosamente expostas
No universo da cama, alternamos papéis de caça e caçador
Embate antológico onde não existe vencido ou vencedor.
Regras próprias e diferentes no exclusivo jogo do Amor
Peões não andam, se deitam, se embolam e trocam de cor
Fundem – se e mesclam-se num mesmo espaço ou casa
Não usam dados e até visitam as nuvens sem qualquer asa.
Qualquer lugar é um tabuleiro nesta infinita criatividade
Novos movimentos são adicionados com toda liberdade
Sem tempo, limites, excepções ou prazo de validade
Tudo pode ser relativo, mas aqui, o Amor é de verdade.
Ganso Selvagem (Rui Moreira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário