És o meu afrodisíaco!

A cada vez que penso em ti, mesmo distantes,
Sinto como que um calafrio na minha espinha,
Sensação que percorre todo o meu corpo, estranha,
Como se dedos a acariciassem, quando és minha,
Nestes doces momentos em que somos amantes.

Sinto as tuas unhas cravarem-se nas minhas costas,
Antecipando-me os momentos de teus espasmos,
Vejo os teus olhos embaciarem-se, cheios de manha,
Quando somos envolvidos pelos mútuos orgasmos,
Rasgando-as, lacerando-as, como tu tanto gostas.

Devo confessar que me apraz sentir-te assim, felina,
Ao me acolher nas tuas coxas que me requerem fundo,
Deixo-me conduzir por teus instintos, por tua sanha,
Entrego-me a teus devaneios, perdido no teu mundo,
Vendo fundidas as imagens de mulher e de menina.

Quando sugado pelo infinito, o que mais te consagra,
É o grito contido, sussurrado baixo aos teus ouvidos,
Como se mero balbucio a expressar a tua maior façanha
Que é só precisar de ti para sentir o que tenho sentido,
Para dele prescindir, pois tu já és meu eterno Viagra...

Ganso Selvagem (Rui Moreira)