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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Alma Gémea!




Das tantas vezes em que agora te vejo adormecer,
Dolente nos meus ombros, talvez por um instante,
Hoje mulher plena, nua, tornada de novo menina,
E que participou dos meus devaneios como amante,
Face oculta pelas brumas sem que te lograsse ver.

Procurei a cada momento, na minha caminhada,
Divisar este rosto que há tanto me acompanha,
Que não sabia descrever, somente a sentia feminina,
Pelos seus intensos arpejos, com todas as suas manhas,
Típicas de quem ama e que sabe que igual é amada.

Vasculhei o mais recôndito das minhas lembranças,
Retrocedi no espaço-tempo em intensa procura,
De resquícios de onde nos encontramos, um dia,
Do que vivemos em tempo de completa loucura,
Em que te acolhia nos braços como se fosses uma criança.

E constato que talvez te tenha amado desde menino,
Que te senti presente no beijo da primeira namorada,
No enlevo de cada mulher que amei e cantei em poesia,
Por certo amor de almas que se amaram no passado,
Que hoje se reencontram para cumprir o seu destino...

Ganso Selvagem (Rui Moreira)

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