Nos teus braços...

Já fechei a porta e isolei o mundo lá fora
Guardei o relógio, não quero saber da hora
Aqui não há pressa, nem ontem nem amanhã
Não há qualquer tabu e do pecado, só o sabor de maçã.

Corpos querendo-se completamente explorar
Perderem-se e se acharem, completamente se encaixar
Mãos ávidas, hiperactivas que nunca param
Bocas que exploram, se exploram e se calam.

Sentidos exacerbados, banquete de improváveis sabores
Tiro as tuas roupas como pétalas de exóticas flores
No sensual e provocante jogo, deu "bem-me-quer"
De todas as formas e maneiras te coroarei minha mulher.

Mapeio todo o teu relevo com minha língua molhada
Deliciosa aprendizagem da tua geografia encantada
Escalo morros, desço depressões, invado cavernas
Percorro toda extensão das tuas indescritíveis pernas.

O teu corpo sacia o mais exigente dos apetites
Risco das nossas vidas o conceito de limites
Nada é proibido, não há quaisquer restrições
Somos comandados pelas mais insanas paixões.

Dançamos todos os ritmos desta excitante coreografia
Ao som de sussurros, gemidos e tudo mais que se anuncia
Mordidas e arranhões antecedem uma explosão de prazer
Erupções vulcânicas jorram a seiva essencial do viver.

Abraços, beijos, lágrimas e sorrisos pontuam um intervalo breve
Precisamos recuperar forças antes que o desejo novamente nos leve
Por conhecidos, mas sempre inéditos e orgásmicos caminhos e espaços
Definitivamente, a vida só se explica quando estou em teus braços.

Ganso Selvagem (Rui Moreira)