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terça-feira, 16 de junho de 2015

Sinto-me Isolado




Eu não posso dançar sem par nem respirar sem ar
Explica-me, como sem ti, posso pensar em amar?
Sigo em frente nesta insana e surreal lida
Catando pelo caminho os cacos do que se chama vida.

Não me peças para falar de qualquer tipo de beleza
No meu mundo só restou dor, mágoa e tristeza
Murcharam todas as flores e reinam os espinhos
Nada entra ou sai, lacraram-se todos os caminhos.

Sou uma ilha isolada além da humanidade
Lentamente definhando a minha ténue sanidade
Cercado de corais, pedras, areia áspera e rochedos
Paraíso improvável para fantasmas, demónios e medos.

Náufrago que não crê mais em ser resgatado
Desiludido, descrente, perdido, abandonado
Terreno fértil para a mais profunda solidão
Total ausência do sim no universo do não

Já fui diamante, hoje sou mero carvão
Essência do carbono voltada para escuridão
Não tenho mais luz, cor ou o mais reles valor
Só este imenso vazio, imagem enterrada, sem andor.

Ganso Selvagem (Rui Moreira)

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